segunda-feira, 29 de março de 2010

Uma aventura algures em França

Apetece-me escrever mas como não sei muito bem sobre o quê vou contar-vos uma aventura que me aconteceu há quase três anos. Acho que só contei a duas ou três pessoas e foi bastante tempo depois do que vou contar ter acontecido.
Primeira viagem de Verão do Gafanhori, iriamos estar 2 semanas fora de casa a participar em provas de Orientação, mais concretamente iriamos para França. Experiências novas um novo país, viajar, Orientação tudo o que gostava estava reunido e tinha a possibilidade de o fazer em 2 semanas, espectacular.
Mas o episódio própriamente dito aconteceu numa das provas, não me recordo bem se foi na primeira ou na segunda semana mas creio que foi na primeira. Mapas com muita vegetação (muita quer dizer bastante para quem tinha na altura pouca experiência quase se tornou um pesadelo) mas continuando, sei que essa prova tinha as partidas localizadas mesmo à porta do parque de campismo onde estávamos acampados, e a primeira parte seria no mapa onde tinhamos realizado o Model Event no dia anterior, pelo que estava um tanto ou quanto tranquila, não tanto como gostaria pois estava uma trevoada daquelas de arrepiar e chovia, mas a chuva era o menos.
Bem lá parti para a minha prova deveriam ser perto de 11 horas, com uma prova inicial bastante acessivel com algumas redes de caminhos nada de especial, então que entro na parte horrivel do mapa ainda hoje nao sei como consegui sair da floresta. Não me recordo mas sei que talvez os primeiros quatro pontos, na zona do mapa onde não existia um unico caminho, tenham sido feitos com muita dificuldade mas com uma ajuda aqui outra ali lá os conseguia ir achando. O ponto 12 lembro me tão bem como se fosse neste momento, a vegetação molhada árvores caídas ter que passar por baixo dos troncos, por cima sem saber bem como bem algo não imaginável. Lembro me de olhar para o mapa e pensar "bem este ponto será bem mais simples que os outros e se achei os outros então também vou conseguir achar este". Basta seguir o muro ver a ruina e estou no ponto." Realmente era fácil se tudo isto fosse vísivel. Realmente o muro era vísivel, segui o muro e chego ao que eu ainda hoje não sei se era ou não o fim do muro e vejo uma ruina. Pensei "boa consegui". Era bom era. Vou à ruina e nada mas onde está o ponto, volto ao muro de novo ruina subo mais um pouco encontro outra ruina, trovejava, chovia estava na floresta à uma hora e nem a meio do percurso estava. Em volta não havia nada que me localizasse apenas uma estrada identificada no mapa mas que ficava prai a 1 km de onde estava. Não via ninguém para pedir ajuda, entrei em desespero. Pensei se seguir para sul irei dar a estrada e depois daí consigo ir dar às partidas que pela estrada não fica muito longe.
Comecei então a andar, a andar sem saber completamente onde estava, completamente perdida, lembro me das lágrimas me cairem cara a baixo e o meu coração bater a mais de mil. Só pensava nos que estavam à minha espera. Subi um monte enorme assustei-me e paralisei durante uns segundos quando um veado me salta à frente. Recuperada do susto continuo a subir descer, rastejar por cima por baixo de troncos até que cheguei a um caminho. Bem pensei eu no caminho já estou agora é seguir e ir até às partidas. Olho para o mapa para tentar me localizar no caminho e não conseguia perceber onde estava havia alguma coisa que não batia certo. Visto que o mapa era impresso em A3 desdobro o mapa e olho a ver se alguma coisa me ajudava. Desespero total quando me apercebo que tinha andado na direcção completamente oposta e estava na outra ponta do mapa (que mais tarde me disseram que era só a 5 Km da zona da chegada e partidas).
Percebendo então onde estva só me restava uma solução seguir o caminho passar ao lado da barragem apanhar a estrada de alcatrão e percorrer uns quantos km. Continuava a chover. E embora me tivesse apercebido de onde estava tinha receio e decidi perguntar a um homem (com um aspecto tremendo parecia saído sei lá de onde) se me podia ajudar e dizer onde estava. O pânico era tanto que mal conseguia falar (o que me valeu foi saber alguma coisa de Frânces). O senhor lá me disse onde estava, que batia certo com o que eu achava, agradeci e virei me para me por à estrada. Mais uma loucura num país onde não se conhece nada nem ninguém, com um homem à minha frente com um aspecto de bebado, drogado sei lá um aspecto lastimável, e que me diz se quero boleia visto que estava a mais de 5 km do sitio para onde queria ir. Parei não conseguia pensar e arrisquei perdida por perdida já estava, e aceitei a boleia, durante aquela altura eu só pensava " mas no que me meti? o que será que pode acontecer?".
O senhor no entanto foi espectacular falou comigo fez algumas perguntas, deixou-me à porta do parque de campismo e desejou-me uma boa continuação de vaigem. Finalmente o parque de campismo. E agora para onde ficam as chegadas? Ah é só mais um km daqui. Lá comecei a andar em direcção às chegadas, no caminho encontro o Manuel Dias, o desespero era tanto que só me lembro de lhe perguntar:"Como chego às chegadas?" Ele lá me disse continuo a andar, encharcada, com frio, com medo não sei tanto sentimento junto que é dificil de explicar. Descarrego o SI e lembro-me " Sou eu a fazer o almoço, mas já é tão tarde e a entrega de prémios está quase." Volto para trás para ir para o Parque de campismo ver o que se passava como estavam as coisas para o almoço, encontro o Tiago que me diz " Fica ai na carrinha até éu vir que vou só ali às chegadas e levo te até ao parque e não te preocupes com o almoço." Lá esperei então dentro da carrinha mas tinha tanto frio que mal sentia o corpo.
Cheguei então ao parque o merecido banho. Mas a tremenda desilusão instalou-se e só conseguia pensar no que poderia ter acontecido. Felizmente nada. Mas é algo que concerteza nunca me esquecerei pois foi marcante pelo menos naquela altura. Nunca contei a ninguém , na altura, este acontecimento só algum tempo depois e não sei se a maioria das pessoas saberá.
Engraçado foi que nesse mesmo ponto onde começou uma aventura houve montes de gente a desistir vai-se lá saber porque lool.
Apesar deste acontecimento a viagem não deixou de ser maravilhosa e bastante interessante. Assim como as restantes provas que tivemos. Não é uma que faz a regra e não foi por nesta ter acontecido o que aconteceu que desisti, mas é verdade que quando entro num mapa com mais floresta sem grandes referências me assusta um bocadinho, no entanto tudo é ultrapassável.

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